O poder da diversidade nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris

O poder da diversidade nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris

Um dos aspectos mais notáveis dos Jogos de Paris foi a ampliação da equidade de gênero. Pela primeira vez, desde a criação das Olimpíadas na era moderna, houve o mesmo número de atletas de ambos os gêneros competindo. Já nas Paralimpíadas, 45% dos atletas eram mulheres.

Olhando um pouco para o passado podemos entender o poder deste fato. Foi apenas na segunda edição dos Jogos Olímpicos, em 1900, também em Paris, que as mulheres iniciaram sua participação: eram 22 entre os quase 1.000 atletas. Já em 1924, quando novamente a capital francesa recebeu o maior evento esportivo do mundo, apenas 135 mulheres puderam representar seus países entre um total de 3.089 atletas, o que correspondia a apenas 4,3% do total de participantes.

Portanto, a paridade conquistada nos Jogos Olímpicos em Paris 2024 é um marco histórico e vai além de um simples número. É um reflexo de uma mudança cultural mais ampla, em que as mulheres estão ganhando espaço e reconhecimento em áreas que tradicionalmente eram dominadas por homens. Essa visibilidade, proporcionada por um dos maiores eventos esportivos do mundo, cria um efeito cascata, inspirando novas gerações e reafirmando a importância da igualdade em todos os setores da sociedade.  

Em um momento em que o mundo enfrenta desafios crescentes relacionados à discriminação e à desigualdade, o esporte tem o poder de servir como um exemplo positivo de como as sociedades podem evoluir para serem mais justas e inclusivas.

Este fato positivo ainda traz consequências práticas e significativas para o esporte mundial. Ao criar um ambiente mais inclusivo e equitativo, atletas de todos os gêneros contam com as mesmas oportunidades para competirem e se destacarem. E, mais que isso, inspira meninas e mulheres a participarem ativamente, o que eleva o nível e a qualidade das competições, bem como atrai um público mais amplo e diversificado, fortalecendo a popularidade e a relevância da prática esportiva.

As atletas olímpicas de Paris 2024 não apenas competiram, também representaram o avanço dos direitos das mulheres em todo o mundo. Elas mostraram que o esporte pode ser uma força poderosa para a mudança social, desafiando estereótipos de gênero, quebrando barreiras e inspirando futuras gerações de mulheres a perseguirem seus sonhos.  

Embora tenhamos atingido um marco importante, ainda existe uma forte necessidade de continuar a busca por igualdade em todas as áreas do esporte. Desigualdades persistem, como a disparidade salarial entre atletas homens e mulheres, a representação desigual em posições de liderança esportiva e a falta de cobertura midiática igualitária para eventos femininos.

O caminho para a igualdade de gênero no esporte não termina em Paris, mas a conquista da paridade olímpica serve como um poderoso catalisador para mudanças futuras. Que essa conquista inspire futuras gerações a continuar a luta pela igualdade, dentro e fora dos campos esportivos, e a construir um mundo onde todos tenham as mesmas oportunidades de brilhar.  


Maria Clara Ramos

Maria Clara Ramos

Maria Clara Ramos é formada em Ciência da Computação pela USP, com especialização em Gerenciamento de TI; pós-graduada em Gerenciamento de Projetos; e possui MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, Inovação e Empreendedorismo. Sua trajetória profissional tem como destaque a atuação no mercado segurador, responsável pela entrega de projetos estratégicos e pela difusão da cultura de transformação ágil.


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