O consumo das famílias brasileiras continua surpreendendo positivamente, mesmo diante de desafios como o aumento da inflação e condições de crédito mais restritivas. Em outubro, o volume de vendas no comércio registrou uma elevação de 0,4%, enquanto as receitas do setor de serviços apresentaram uma expansão de 1,1%, segundo os dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, os resultados destacam a resiliência do setor terciário. "Apesar das incertezas econômicas, o consumo das famílias se mantém como um pilar da economia nacional, especialmente em um cenário de recuperação do emprego e aumento da renda", afirma.
Resultados impulsionados por emprego e renda
O mercado de trabalho tem sido um fator crucial para o desempenho dos setores de comércio e serviços. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) mostram que, até setembro, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 2% nos últimos 12 meses, enquanto a massa real de rendimentos aumentou 7% no mesmo período.
A taxa de desocupação, por sua vez, caiu para 6,4%, o menor índice histórico da série. "O aumento da ocupação e da renda das famílias tem compensado o impacto do crédito mais caro, permitindo um consumo mais robusto no fim do ano", analisa Fabio Bentes, economista da CNC.